Gaia Gaibazzi

Clarinetista (clarinete e clarinete baixo) italiana. A sua atividade artística abrange concertos enquanto solista, música de orquestra e música de câmara. Tem particular interesse pela música experimental e contemporânea, bem como pelo repertório musical italiano dos séculos XIX e XX.

Estudou em Génova, na Zürcher Hochschule der Künste (ZHdK) e na Accademia Scatola Sonora de Roma, tendo trabalhado com professores de renome como Fabio di Càsola, Bernhard Röthlisberger, Filipa Nunes e Calogero Palermo. Colaborou com agrupamentos musicais como o Ensemble Modern, o Giraud Ensemble, o Arc-en-ciel Ensemble e a Orquestra Giovanile Luigi Cherubini, sob a direção de maestros como Riccardo Muti, Dennis Russell Davies, Wayne Marshall e Pierre-André Valade.

Apresentou-se em salas de concerto de referência internacional, incluindo a Philharmonie de Paris, a Tonhalle Zürich, o Teatro alla Scala (Milão), o Teatro La Fenice (Veneza), a Casa da Música (Porto) e a Philharmonie Luxembourg. Como artista de música de câmara, participou em festivais como o MITOFringe (Milão), o Festival Fiati Novara e Die Tage für Neue Musik Zürich. É também membro efetivo do Liv Quartet – quarteto de clarinetes. Foi premiada em concursos na Suíça e em Itália, e foi artista residente da temporada Prélude da Tonhalle Zürich.

Atualmente, encontra-se a realizar o seu doutoramento em Música na Universidade de Aveiro, Portugal.

Projeto de Doutoramento

Título
Projeto 3R – Reconexão, Revitalização, Reimaginação: O Património do Clarinete Italiano como Catalisador para a Criação Musical no Século XXI

Orientação
Henrique Portovedo

Resumo
Este projeto de doutoramento baseado na prática explora as interseções entre investigação artística, tradições nacionais e pesquisa conduzida pelo intérprete no repertório contemporâneo italiano para clarinete. Investiga como obras fragmentárias de compositores italianos dos séculos XIX e XX podem funcionar como catalisadores para a criação de novas composições por meio de colaborações dialógicas com compositores vivos. Em vez de restaurar o que foi perdido, a pesquisa trata os fragmentos como “coisas epistémicas” (Rheinberger, 1997), objetos instáveis que convidam à reflexão, experimentação e reinterpretação. A investigação organiza-se em dois eixos de estudos de caso: um centrado em peças historicamente enraizadas que refletem os idiomas operísticos e folclóricos italianos, e outro que desenvolve novas obras em colaboração com os compositores contemporâneos Francesca Verunelli, Francesco Filidei e Oscar Bianchi, que respondem criativamente a materiais de arquivo de Gaetano Donizetti, Ferruccio Busoni e Giovanni Orsomando. Cada estudo de caso envolve processos iterativos de ensaio, apresentações públicas, gravações e reflexão crítica. Com base em metodologias de investigação artística (Borgdorff, 2012; Nelson, 2013) e na co-criação entre performer e compositor (Blain & Minors, 2020; Rosman, 2021), o projeto reposiciona a performance como um ato simultaneamente criativo e académico. O objetivo é reconectar, reviver e reimaginar o património clarinetístico italiano. Os resultados artísticos incluem um portefólio de obras encomendadas, edições dos manuscritos em notação moderna, apresentações públicas, gravações de estúdio e ao vivo, e um comentário reflexivo que documenta os processos de ensaio e a interação entre intérprete e compositor.

Palavras-chave
Clarinete; Investigação artística; Fragmentos musicais; Colaboração performer–compositor; Música italiana.