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Projeto

FEMUS 18: Espaços e perfis de mulheres na música em Portugal no século XVIII

Referências
2023.09324.CEECIND
Prazo de Execução
15 Nov, 2024
14 Nov, 2030
Grupo de Investigação

O projeto FEMUS 18 procura identificar os espaços e as formas das práticas musicais das mulheres em Portugal no século XVIII, tendo em conta a sua distribuição por classe social, mestria técnica, educação, visibilidade e repertório. Investigações prévias no campo da musicologia histórica e dos estudos de mulheres mostram que há ainda muito por explorar no que diz respeito aos espaços de ação das mulheres, historicamente negligenciados, e também quanto à necessidade de questionar o próprio conceito de visibilidade, no sentido de entender se as mulheres foram excluídas, total ou parcialmente, de atividades relacionadas com a prática musical, ou se, pelo contrário, ao exercer essas práticas, ocuparam outros espaços, participando nelas de formas que divergiam da esfera pública dominante de padrão masculino.

O objetivo central do FEMUS 18 é identificar e caracterizar espaços recorrentes da prática musical das mulheres, e com eles explorar a relação entre a música e as mulheres que a interpretavam. Esta investigação centra-se em cinco espaços principais: conventos e locais de devoção, teatros públicos e de corte, ambientes aristocráticos, espaços domésticos e locais ao ar livre, como ruas e mercados. Através desta tipologia, o FEMUS 18 propõe-se mapear estes contextos, destacar os repertórios associados a cada um deles e examinar de que forma as expectativas sociais e as expectativas de género moldaram as oportunidades musicais das mulheres.

O FEMUS 18 investiga também o perfil social destas mulheres, a sua agência e as suas próprias narrativas sobre as suas práticas musicais, bem como as estruturas financeiras e administrativas que as enquadravam. Ancorado no tema mais abrangente do papel e da visibilidade das mulheres no século XVIII, o projeto FEMUS 18 procura trazer novos dados sobre a participação feminina na música e examinar possíveis discrepâncias entre espaços e práticas. Por fim, propõe uma análise crítica de definições historicamente construídas (e com vários enviesamentos de género) de representação, visibilidade e excelência, contribuindo para uma compreensão mais rica e matizada da cultura musical setecentista.