O Seminário Permanente do grupo de investigação Criação, Performance e Investigação Artística do INET-md é um fórum onde todos os seus membros (integrados e colaboradores), bem como outros investigadores e investigadoras do meio académico, cultural e artístico, possam apresentar o seu trabalho mais atual e investigações em curso.
22.10.25 | 15h | Sala pentagonal do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro
Entrada livre e presencial.
A prática multifacetada do percussionista contemporâneo: técnicas de estudo em diferentes repertórios
Fernando Rocha | Universidade Federal de Minas Gerais
A música contemporânea exige diferentes competências do percussionista. Em primeiro lugar, pela grande quantidade de instrumentos que este deve tocar, alguns provenientes de tradições e técnicas muito distintas. Além disso, o repertório apresenta muitos desafios, como o desenvolvimento de novas técnicas, o domínio de rítmicas complexas, a improvisação, a relação com a eletrónica e com a teatralidade, entre outros. Nesta conferência, iremos abordar técnicas de estudo aplicadas em diferentes contextos. A ideia é apresentar uma prática que alie racionalidade e corporalidade, visando uma performance simultaneamente precisa e natural/intuitiva.
Fernando Rocha | Professor de percussão na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com atuação na música de concerto contemporânea e na música popular instrumental. Formado pela UNESP, com mestrado pela UFMG e doutoramento pela McGill University (Canadá), foi, entre 2015 e 2016, artista e investigador visitante na Universidade da Virgínia (EUA). O seu trabalho de investigação centra-se na performance de música contemporânea, sobretudo na música eletrónica mista. Ao longo da sua carreira, Fernando tem-se dedicado especialmente à performance de música contemporânea, participando, como solista ou membro de grupos de câmara, em inúmeros festivais internacionais, tanto no Brasil como no estrangeiro (EUA, Canadá, Argentina, Uruguai, Chile, Alemanha, França e Portugal). Como intérprete, já estreou mais de 50 obras, colaborando com compositores como Douglas Boyce e Lewis Nielson (EUA); Almeida Prado, Silvio Ferraz, Roberto Victorio, Sérgio Freire, Maurício Dottori, Alexandre Lunsqui e Maurício de Bonnis (Brasil); Nicolas Gilbert, Brian Cherney, D. Andrew Stewart e Geof Holbrook (Canadá); João Pedro Oliveira (Portugal) e Daniel Blinkhorn (Austrália).
O seu trabalho contínuo em música de câmara contemporânea inclui a participação no grupo Oficina Música Viva, no Duo Qattus (com a violoncelista Elise Pittenger), no grupo Tectum (percussão e eletrónica) e no grupo Sonante 21 (ligado ao programa de Pós-Graduação da UFMG). Fernando foi também o fundador do Grupo de Percussão da UFMG, do qual foi diretor durante mais de 20 anos e com o qual lançou o CD Villa-Lobos e os Brinquedos de Roda, finalista do Prémio da Música Brasileira em 2004, na categoria Álbum Infantil, e, em 2019, um CD comemorativo dos 20 anos do grupo. Além de se dedicar à música contemporânea, Fernando Rocha apresenta-se com vários grupos e músicos de jazz e música brasileira, entre os quais Mauro Rodrigues (flauta), Neném (bateria) e Magno Alexandre (guitarra). Em 1997, recebeu uma bolsa de estudos do governo brasileiro para um curso de aperfeiçoamento em vibrafone e improvisação em Nova Iorque, onde estudou com Stefon Harris e Joe Locke. Nos últimos anos, Fernando Rocha tem-se dedicado à organização de eventos musicais, tendo organizado duas edições do FIM/BH (Festival Internacional de Música) e realizado a curadoria de quatro edições do Ciclo de Música Contemporânea do Inhotim. Atualmente, é diretor do Conservatório UFMG