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SEMINÁRIO PERMANENTE EM ESTUDOS HISTÓRICOS E CULTURAIS EM MÚSICA
 
O Seminário Permanente do grupo de investigação Estudos Históricos e Culturais em Música do INET-md pretende ser um fórum onde todos os seus membros (integrados e colaboradores), bem como outros investigadores e investigadoras do meio académico, cultural e artístico, possam apresentar o seu trabalho e discutir projectos e investigações em curso.

 

18-10-2023 | 18:00 | Colégio Almada Negreiros, NOVA FCSH | Sala SA - Piso 0

 

 

Acesso livre, presencial e online:
 
Sala Zoom

ID da reunião: 973 6908 3784

Senha: 080312

 

 

 

ARTES DA IMAGEM, DO SOM E DO MOVIMENTO: A DANÇA NOS FILMES DE ÉPOCA E A MÚSICA NOS “NOVOS CINEMAS” PORTUGUÊS E FRANCÊS
 
 
A dança nos filmes de época: ilustra uma história ou ajuda a contá-la? E que memória nos fica da história da dança?
 
Alexandra Canaveira de Campos | ICNOVA
 
Da relação muito estudada entre dança e cinema, duas artes da imagem e do movimento, proponho uma análise original da relação entre os sub-géneros da dança histórica (em particular as danças sociais e teatrais dos séculos XVII e XVIII) e do cinema de época. À pergunta, mais comum, se a dança apenas ilustra a história ou se é um instrumento narrativo, acrescento outra, menos habitual nestas reflexões, e que diz respeito à construção de uma memória da história da dança a partir deste tipo de filmes.
 
Os contextos que justificam a introdução de uma dança encenada em filme são múltiplos e dependem de uma série de escolhas da equipa artística. No cinema de época estas escolhas são particularmente delicadas, sobretudo quando o “world of the play” está longe de uma preocupação com o rigor histórico do período em questão. A partir de uma selecção de filmes que inclui, entre outros, Valmont (1989), de Milos Forman, Jefferson in Paris (1995), de James Ivory; Le Roi danse (1999), de Gérard Corbiau; Marie Antoinette (2006), de Sofia Coppola; e A Little Chaos (2014), de Alan Rickman, analisaremos os critérios para a introdução das cenas com dança e reflectiremos sobre o seu efeito estético e metafórico, mas também sobre o seu poder de transmissão e de própria construção de uma memória da história da dança.
 
 
 
  

Alexandra Canaveira de Campos | Mestre em História, com a dissertação «Tratados de dança em Portugal no século XVIII. O lugar da dança na sociedade da época moderna» (NOVA FCSH, 2009). Em 2016 inscreveu-se no doutoramento em Ciências da Comunicação (NOVA FCSH), com o projeto «O património da dança barroca e a sua transmissão. Os exemplos de Portugal, Espanha e França». Tem apresentado comunicações nestas temáticas. Em 2010, colaborou na edição Dançar para a República, com um artigo sobre a tratadística de dança em Portugal no século XIX. Também trabalha estes temas em projetos artísticos e educativos, destacando o estágio do Programa Inov-Art (DG-Artes), em 2011, na companhia fêtes galantes, em Paris, onde foi colaboradora artística no DVD La danse baroque proposée par Béatrice Massin (2011). Como bailarina, colabora desde 2007 com os grupos La Portingaloise e Canora Turba. Trabalha na área da Gestão de Ciência no CHAM – Centro de Humanidades (NOVA FCSH/UAc).
 
 
 
As conexões sonoras e musicais entre os quatro primeiros filmes de João César Monteiro e a Nouvelle Vague
 
José Miguel Nicolau Pinto | INET-md
 
 
João César Monteiro sempre reivindicou um forte individualismo, rejeitando qualquer proximidade estética com o Novo Cinema português. No entanto, numa entrevista dada em 1999, Monteiro afirmou que pertencia à Nouvelle Vague francesa. Procurando compreender a relação entre o cineasta e um grupo do qual se encontrava geograficamente e até socialmente distante, proponho-me a analisar música e o som dos quatro primeiros filmes que Monteiro realizou - Sophia de Mello Breyner Andresen (1969), Quem espera por sapatos de defunto morre descalço (1970), Fragmentos de um filme-esmola (1972), Que farei com esta espada? (1975). É importante compreender a forma como as componentes musicais e sonoras refletem a convergência entre estas obras e os movimentos francês e português. A definição do Novo Cinema português ainda não é consensual. Tendo em conta a forma como se desenvolveu e a admiração que os realizadores portugueses a ele associados tinham pelos principais representantes da Nouvelle Vague, sugiro que existiu uma forte ligação entre estes movimentos. Através de uma análise audiovisual baseada na enumeração e descrição de todos os elementos sonoros e musicais em interação com os elementos textuais, visuais e narrativos destes filmes, pretendo identificar convergências e divergências entre os filmes de Monteiro e os "novos cinemas" português e francês, considerando os contextos culturais e sociais em que estes filmes foram produzidos e circularam.

 

 
 
 
 
 
 

José Miguel Nicolau Pinto | Iniciou os seus estudos musicais em piano no conservatório Bonfim em Braga. Terminado o conservatório, ingressou na Licenciatura em Música-Ciências Musicais na Universidade do Minho enquanto dava continuidade aos seus estudos pianísticos com o professor Marián Pivka. Na licenciatura participou em projetos como o Património Musical do Concelho de Braga coordenado pela Professora Doutora Elisa Lessa e a organização de uma exposição sobre Eurico Tomás de Lima feita a partir do estudo do espólio do pianista, atualmente arquivado na Universidade do Minho, coordenada pelo Professor Doutor Ângelo Martingo. Realizou o mestrado em Ciências Musicais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas-Universidade Nova de Lisboa com a dissertação de mestrado intitulada A música e o som na Trilogia de Deus de João César Monteiro. Frequenta, atualmente, o doutoramento em Ciências Musicais, como bolseiro da FCT, com uma investigação que incide sobre a música, o som e o cinema de João César Monteiro e que enquadra a obra “sonora e musical” do realizador com cinema português e europeu da segunda metade do século XX.