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24.03.2022 | 15:00 | LISBOA | CAN | 209

 

O ciclo de Seminários do projecto PROFMUS - Ser Músico em Portugal: a condição socioprofissional dos músicos em Lisboa (1750-1985), financiado pela FCT (PTDC/ART-PER/32624/2017), prossegue no próximo dia 24 de Março, às 15h, no Colégio Almada Negreiros (Sala 209), com apresentações de Luís M. Santos e Hélder Sá
Será também possível assistir à distância através do link:
 
ID da reunião: 831 7731 3782
Senha de acesso: 508424
 
 

A actividade musical dos animatógrafos e das agremiações amadoras em Lisboa nos primeiros anos da República

Luís M. Santos (CESEM, NOVA FCSH)

 

 

Na década de 1910, Lisboa testemunhou um florescimento sem precedentes do interesse pelos concertos sinfónicos públicos há muito ambicionados pelo núcleo de elite da vida musical da cidade. No final de 1911, no então Teatro da República, foi estabelecida uma série de concertos por uma orquestra regida por Pedro Blanch, a qual manteria a sua actividade em séries anuais sucessivas até à sua dissolução em 1928. Destacou-se igualmente a série anual que se desenrolou a partir de 1913 no Teatro Politeama, dirigida numa primeira fase, até 1918, por David de Sousa. Este movimento orquestral exerceu, por diversas razões, uma influência determinante sobre a vida musical lisboeta. É interessante constatar, por exemplo, o modo como esse modelo foi emulado por vários dos principais animatógrafos que então medravam em Lisboa, no âmbito de uma prática de música instrumental que se assumia como um elemento central da sua estratégia de programação. Para além disso, o modelo dos concertos sinfónicos públicos seria também assimilado pelas práticas de lazer desenvolvidas por um conjunto diversificado de agremiações de amadores, desde os mais destacados clubes burgueses até às tunas adstritas a determinadas categorias socioprofissionais na fronteira entre a pequena burguesia e o operariado. A presente comunicação propõe-se justamente abordar este quadro, tendo em consideração tanto o contexto do desenvolvimento das indústrias culturais no espaço urbano da capital, como o do intenso florescimento do movimento associativo que se verificou por esta altura, no sentido de conhecer o lugar da música instrumental nos circuitos mercantis da vida cultural da capital, bem como o papel que não deixou de assumir no processo de afirmação da sociedade civil a que assistiram os anos da Primeira República.
 
 
 

O violino em Portugal na Primeira República: Contextos, protagonistas e repertórios

Hélder Sá (INET-md, UA)

 

Esta investigação tem como objectivo avaliar a contribuição dos violinistas durante a Primeira República, apresentando a sua actuação nos principais contextos eruditos assim como um catálogo do repertório para violino escrito em Portugal, neste período.

A pesquisa favoreceu o trabalho de arquivo em bibliotecas, museus, escolas de música, arquivos privados e colecções de compositores e intérpretes. A documentação consultada inclui programas de concertos, anuários, relatórios de actividades, partituras, pautas, programas de ensino e correspondência. A imprensa foi outro pilar dessa investigação permitindo conhecer a recepção destes intérpretes no meio musical de então.

A pesquisa indica uma ampla circulação entre contextos eruditos, nomeadamente nas orquestras sinfónicas e grupos de música de câmara, assim como em ambientes mais informais como salões e casinos onde se ouvia um repertório muito diversificado. Outro aspecto que ressalta é a colaboração frequente entre músicos profissionais e amadores.

Esta investigação debruça-se ainda sobre o ensino do violino nas três principais escolas de música do país (Escola de Música do Conservatório de Lisboa, Academia de Amadores de Música e Conservatório de Música do Porto) identificando o repertório ali estudado, os seus professores e alunos.

Por fim, é estudado o repertório escrito para violino, em Portugal, neste período, através da sua tipificação, circulação e recepção.

 

 

Cartaz