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Pedro A. Mendes e Marco Roque de Freitas, respetivamente doutorando e investigador integrados do Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança (INET-md), publicaram o artigo "From “Sin Street” to “Education Street”: Music, Politics and Transgression in Maputo’s Red-Light District, Mozambique (c.1960–86)" no Journal of African Cultural Studies, disponível em acesso aberto.

Este artigo analisa as práticas expressivas desenvolvidas numa rua de Moçambique, a Rua Araújo, outrora símbolo da vida noturna colonial, de transgressão, prazeres e excessos, cujo nome foi alterado para Rua do Bagamoyo após a independência em 1975, em concordância com os valores educativos e morais da FRELIMO. Esta rua é aqui abordada como um locus privilegiado para reavaliar aspetos históricos das relações entre música e política em Moçambique.
 
 
 
 
 
Resumo do artigo: 
 
Este artigo analisa as práticas culturais desenvolvidas numa rua de Moçambique – a Rua Araújo – outrora símbolo da vida noturna colonial, de transgressão, prazeres e excessos, cujo nome foi alterado para Rua do Bagamoyo após a independência em 1975 em concordância com os valores educativos e morais da FRELIMO. Ao analisar as práticas expressivas “transgressivas” desenvolvidas nesta rua, este artigo diferencia-se de outros estudos dedicados à relação entre música e política em Moçambique, sobretudo ao abordá-la enquanto locus privilegiado para reavaliar vários aspetos da histórica cultural do território. Recorrendo à “etnografia do passado” como principal estratégia metodológica, complementada por entrevistas e fontes documentais, este artigo é composto por três secções: a primeira apresenta uma breve contextualização histórica desta rua; a segunda aborda as dimensões musicais, performativas e expressivas que aí tiveram lugar durante o período colonial tardio; a terceira, por sua vez, foca-se na chamada “experiência socialista”, nomeadamente no período em que Samora Machel assumiu a presidência do país (1975–86), época em que esta rua passou por um “processo de purificação” que pretendia “expurgá-la” das práticas culturais consideradas “malignas” pela FRELIMO.