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Talk-ip!: Choro contemporâneo: recursos e ferramentas para o processo criativo e performático
 
 
 
15 de Fevereiro de 2019 | 16:30 | Anfiteatro João Branco | DeCA | Universidade de Aveiro 
 
 
 
Resumo

Final do século XIX, começo do século XX. Nova Orleães nos Estados Unidos e Rio de Janeiro no Brasil. Da mistura das europeias polca, schottish e mazurca com o ritmo e a melodia de músicas dos povos africanos levados às Américas emergem dois géneros: o choro e o jazz. Ao longo do século XX, enquanto o jazz caminhou do ragtime até as experimentações com o free jazz, o choro manteve-se mais próximo dos conceitos composicionais e performativos observados no início da sua história.

Diante desse cenário, indago: qual seria a sonoridade de um “choro contemporâneo” caso ele tivesse tomado um caminho de desenvolvimento estilístico composicional e performativo semelhante ao do jazz? 

As primeiras pistas surgiram através da análise de obras representativas dos dois géneros, nas quais foram notadas características tomadas à luz do conceito de hibridação. Para efeito de esclarecimento, tomo como referencial teórico o processo de hibridação de Garcia Canclini (2015), segundo o qual a combinação entre elementos de géneros musicais distintos é fruto de um “processo sociocultural em que estruturas ou práticas discretas que existiam separadamente se combinam para gerar novas estruturas, objetos e práticas” (p. XIX, 2015). Segundo Costa e Castro (2011), a hibridação proposta por Garcia Canclini descarta a limitação em que só é híbrido aquilo que nasce de fontes puras. É nesse sentido, portanto, que ressalto que os dois géneros citados neste trabalho são o resultado da fusão de múltiplos elementos musicais e culturais. A indagação e os contributos dos autores referidos acima também encontram ressonância no trabalho performativo que passei a desenvolver com o meu próprio grupo, o Samuel Pompeo Quinteto, desde 2014. Nesse sentido, esta conferência propõe a apresentação de peças do repertório – presentes no álbum “Que Descaída” gravado em 2016 – primeiramente em suas versões originais e, num segundo momento, de acordo com os recursos e ferramentas utilizadas durante o processo criativo e performático proposto por esse trabalho. Após a apresentação, é sugerida uma breve discussão sobre cada uma das músicas apresentadas.

 

 

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