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Chapter

«D’alma tua trare un imago»: a representação da realeza nas obras dramático-musicais no tempo de D. Maria I

Institution
Research Groups

Pedro Castro, collaborator of INET-md, authors the chapter “‘D’alma tua trare un imago’: a representação da realeza nas obras dramático-musicais no tempo de D. Maria I”, included in the book  Música en las cortes ibéricas (1700-1834): ceremonial, artes del espectáculo y representación del poder (2023, SEdeM) co-edited by Cristina Fernandes, integrated researcher at INET-md and coordinator of the coordinator of the Research Group Historical and Cultural Studies in Music, with Judith Ortega, researcher at Universidad Complutense de Madrid, and collaborator of this same group.

Abstract (only in Portuguese):

Durante o reinado de D. Maria I (1777-1816) assistiu-se ao reflorescimento de apresentações dramático musicais, genericamente classificadas como serenatas, género que passou a ser dominante no âmbito da corte em relação às óperas e oratórias. Apesar de ter reduzido as despesas com a ópera e outros entretenimentos, esta soberana pôs os músicos e poetas ao serviço da monarquia a produzir um enorme corpus de textos literários e musicais, que ultrapassa em quantidade os dos seus antecessores no século XVIII. Ao contrário de D. José, que promovia e consumia ópera de uma forma pública e, em geral, independentemente de algum evento em particular, a grande maioria das apresentações do reinado de D. Maria I tinham um carácter quase exclusivamente privado e apenas nas datas de aniversário e dias onomásticos dos vários elementos da casa de Bragança. Os enredos e personagens principais estavam directamente relacionados com o homenageado, assim como os respectivos elogios (Licenze) eram
feitos à medida, facto já observado na tese de Paulo Kuhl sobre os libretos de Gaetano Martinelli. O objectivo deste capítulo é o de demonstrar como nestes libretos se podem encontrar várias mensagens subliminares, identificar traços da sensibilidade ética da respectiva soberana e até mesmo decifrar mensagens políticas claras e veementes. Nesta perspectiva são analisados vários exemplos, com destaque para a serenata L’Angelica e a ópera Nettuno ed Egle, de João de Sousa Carvalho (1745-1798), e a oratória Ester, de António Leal Moreira (1758-1819).