Daniel Tércio participa da conferência “A arte do século XXI…? Outros espaços: Margens criativas.

Fascismo na era do Antropoceno
No dia 20 de setembro de 2025 às 15h30, no Auditório do MAC / CCB, o investigador integrado do grupo Estudos de Dança do INET-md, Daniel Tércio, abordará o tema “Fascismo na era do Antropoceno”.
Após uma caracterização genérica dos termos «fascismo» e «antropoceno», a primeira interrogação será a de saber se o fascismo acentua aquela consciência, ou se, pelo contrário, se alimenta dela. Ou seja, como é que o fascismo se relaciona com o facto de vivermos numa era geológica para a emergência da qual somos os principais responsáveis: apagando, omitindo ou acentuando o facto? Tudo indica que o fascismo aposta na omissão, sobretudo quando assistimos aos lugares políticos onde se geram as atitudes negacionistas da crise ambiental (Trumpismo, Milei, extrema-direita europeia, etc.).
Por outro lado, sabendo que o fascismo convive bem com as crises sociais e culturais, e flutua sobre crises coletivas de consciência, e sabendo que o simples facto de nomearmos o Antropoceno implica uma crise radical da possibilidade de vida no planeta tal como a conhecemos, podemos antever um cenário em que o fascismo se prepararia para retirar a sua força da crise ambiental, nutrindo-se da perceção da impotência face às possibilidades de sobrevivência na cidade, face às desigualdades e injustiças sociais.
Serão, pois, enunciados diferentes cenários, tomando por base exemplos concretos da vida cultural e política do nosso mundo e projeções distópicas produzidas pela ficção científica.
Entrada gratuita, sujeita ao número de lugares disponíveis.
DANIEL TÉRCIO estudou Filosofia, Artes Plásticas, História da Arte e teoria da Dança. Foi professor na FMH da Universidade de Lisboa e é investigador no Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos de Música e Dança. Orientou cursos em Portugal, Espanha, Timor-Leste, Escócia, França e Brasil. Tem publicado em revistas especializadas, como Performance Research (Reino Unido) e Conception (Brasil) e colaborado em coletâneas, algumas das quais editadas por prestigiadas editoras como Peter Lang, SAGE e Routledge. Em Portugal é autor de “Dança e Azulejaria no Teatro do Mundo” (Inapa 1999) e autor/editor de “Dançar para a República” (Caminho 2010) e de “Em torno d’o animal. Pensamento e práticas performativas” (By the Book, 2024). É autor de ficção científica publicado em Portugal e no Brasil. Com apoio da DGArtes e de alguns teatros municipais está neste momento a desenvolver o projeto “Linhas de Tensão. Arte, dança e ecologia”, constituído pela edição de um livro e pela realização de oficinas com a colaboração de artistas convidados. Como crítico, os seus artigos sobre dança aparecem regularmente na imprensa portuguesa desde 2004.
